BOXE
O boxe ou pugilismo é um esporte de combate, no qual os lutadores usam apenas os punhos, tanto para a defesa, como para o ataque. A palavra deriva do inglês to box, que significa bater, ou pugilismo (bater com os punhos), expressão utilizada na Inglaterra entre 1000 e 1850.
Remontando aos séculos XVIII e XIX, quando de seu surgimento na Inglaterra, o boxe era praticado com as mãos nuas. Essas lutas com as mãos descobertas eram frequentemente brutais, de modo que o boxe acabou sofrendo mudanças, em 1867, com a formulação das Regras de Queensberry, que previam rounds de três minutos, separados por um intervalo de um minuto, além do uso obrigatório das luvas. Essas regras entraram em vigor em 1872.
O boxe foi primeiramente considerado um desporto olímpico, em 688 a.C., na 23ª olimpíada; seu vencedor foi Onomastus de Esmirna, que foi quem definiu as regras do esporte. [1] Posteriormente, quando do ressurgimento dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, nas Olimpíadas de 1896, em Atenas, o boxe não foi incluído como uma das modalidades da competição. [2] O boxe somente foi incluído a partir das Olimpíadas de 1904, a terceira da Era Moderna, em St. Louis, e desde então foi praticado em todas suas edições posteriores, com exceção às Olimpíadas de 1912, em Estocolmo.
JUDÔ
O judô foi incluído pela primeira vez nos Jogos Olímpicos na edição de Tóquio 1964. Ausente na edição seguinte, Cidade do México 1968, a modalidade retornou quatro anos depois, sendo disputada até os dias atuais.
Disputada por categorias de acordo com o peso, a definição dos ganhadores das medalhas de ouro e prata são conhecidos após os combates em eliminação simples, seguindo o cruzamento. Duas medalhas de bronze são distribuídas no sistema de repescagem.
GRECO ROMANA OU LUTA LIVRE
A luta livre tem sua origem na Grécia Antiga. Assim como o pancrácio, a luta livre também era um esporte importante nos festivais gregos. Era parte do Pentatlo na Grécia Antiga, um campeonato atlético que também incluía corrida, saltos, lança e lançamento de discos. Os gregos reconheciam a luta livre como uma excelente forma de desenvolver a destreza física e mental. Este apreço pela modalidade fez com que passasse a ser um esporte oficial nos Jogos Oímpicos a partir de 704 b.C. As competições de luta livre são até mencionadas na literatura grega, incluindo a Odisséia de Omero, que data de 800 a. C.
A moderna luta greco-romana foi desenvolvida na França no início do século 19, e era parte do treinamento dos soldados de Napoleão. Em sua versão moderna, a luta livre é mais um esporte que uma arte marcial. Não se deve confundi-la com a luta livre, pois a luta grego-romana segue um estilo rigidamente centrado na parte superior do corpo, em que o competidor pode usar somente os membros superiores e atacar o oponente acima da cintura. O objetivo é imobilizar os dois ombros de um adversário até a rendição.
A luta greco-romana integra os Jogos Olímpicos modernos desde 1896, mas a luta livre e a greco-romana têm entrado em declínio nos últimos anos. Muitas escolas e faculdades retiraram o esporte do currículo, e a técnica corre o risco de ser eliminada dos Jogos Olímpicos devido à modificações em sua estrutura.
TAEKWONDO
Os primórdios remontam ao século I A.C., quando a região que é hoje a Coreia se encontrava dividida em três reinos: Shilla, Koguryo e Paekje. Já desde esses tempos ancestrais que os povos desenvolviam técnicas de combate corpo-a-corpo, utilizando-as não só para as guerras que se iam sucedendo, mas também para competições e torneios. Pensa-se que terá sido no reino de Koguryo que surgiu o Taekkyon, a forma mais antiga de Taekwondo que é conhecida, mas foram os guerreiros de Shilla que acabaram por desenvolver e divulgar a arte.
Com a Dinastia Koryo, e consequente unificação da península, o Taekkyon foi utilizado ainda mais como instrumento de luta, com aplicação directa ao exército. Se até então a vertente recreativa desta arte marcial ainda assumia uma forte componente na sua essência, passou a ser desenvolvida e estudada como arma militar, capaz de decidir combates e guerras. Nos primórdios desta dinastia, a perícia em Taekkyon era mesmo o único requisito necessário para admissão e subida hierárquica no exército coreano. Ao mesmo tempo, desenvolveu-se também o combate competitivo entre os próprios guerreiros, o que pode ser considerado como o nascimento da vertente desportiva da arte marcial nacional.
No entanto, a invenção da pólvora e de outras armas relegaram o Taekkyon para segundo plano, e acabou mesmo por se transmitir de geração em geração apenas como costume popular. O advento da Dinastia Yi, em grande parte baseada no confucionismo (que rejeitava este tipo de práticas), também contribuiu para a perda de importância das artes marciais tradicionais, que a um dado ponto mais não eram do que um jogo de crianças.
A ocupação japonesa em 1910 quase desferia o golpe final nesta tradição milenar. A proibição de costumes populares (incluindo a interdição explícita de Taekkyon) foi uma das estratégias de opressão do povo coreano, e por pouco não teria mesmo sucesso! Contudo, esta estratégia acabaria por se tornar uma faca de dois gumes: parte da população abandonou a sua terra, procurando refúgio na vizinha China, e outros partiram para o Japão. O contacto com estas duas culturas permitiu o contacto com as respectivas artes marciais, com vários coreanos a aprenderem Kung-Fu e Karaté.
O fim da ocupação em 1945 originou uma enorme necessidade de reafirmação dos valores nacionais, e é nesse âmbito que nascem várias escolas de artes marciais, nalguns casos lideradas por praticantes de Kung-Fu e Karaté. Ao mesmo tempo que algumas se especializavam nestes estilos estrangeiros, outras pretenderam retomar as tradições perdidas, recuperando artes marciais antigas como o Taekkyon.
É neste contexto que nasce o Taekwondo como o conhecemos, fruto da investigação do passado secular dos costumes e tradições coreanas, mas também influenciado por artes marciais chinesas e japonesas. É em 1955, uma altura em que já abundavam escolas e mestres, e se davam os primeiros passos na divulgação internacional dessa arte marcial, que surge a proposta de unificação nacional da arte marcial, dotando-a de identidade e denominação próprias: é aí que é adoptado o termo Taekwondo, e a actividade é aplicada ao exército coreano.
Deste então, tem-se verificado uma sucessão de marcos históricos na divulgação e crescimento a nível nacional e internacional do Taekwondo. Em 1971 é nomeado desporto nacional da Coreia, e um ano depois é criado o Kukkiwon, o centro da modalidade, responsável pela sua gestão, investigação e desenvolvimento a nível global. Um ano depois é criada a World Taekwondo Federation, órgão máximo mundial responsável pela organização de torneios e competições, e principal divulgador internacional desta arte marcial.
Aquele que é talvez o momento mais alto da história do Taekwondo é a sua presença nos Jogos Olímpicos de Seul, na condição de demonstração do desporto nacional (um velho costume dos Jogos Olímpicos entretanto extinto). O sucesso dessa presença levou à sua repetição, com o mesmo estatuto, em 1992 (Barcelona), até que o Taekwondo foi oficialmente adoptado como modalidade olímpica em Sidney, em 2000. Constitui, a par do Judo (e num sentido mais lato, do Boxe e da Luta Livre), o restrito leque de artes marciais com esse estatuto!
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