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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Escala para Londres


O Brasil tenta obter nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara o maior número de classificações para a Olimpíada de 2012, em Londres.

JOSÉ RUY GANDRA COM MÁRIO HENRIQUE VIANA E MARGARETE RICCIOTTI

ATLETA DE OURO Fabiana Murer é  uma das maiores esperanças do Brasil para a conquista de uma medalha de ouro no Pan-Americano deste ano e na Olimpíada de 2012  (Foto: Liao Yujie/Xinhua/ZumaPress.com/EFE)
Os 16º Jogos Pan-Americanos, que serão disputados entre 14 e 30 de outubro em Guadalajara, no México, reservam, para o Brasil e seus atletas, desafios de natureza variada. Para a delegação como um todo, que neste ano terá 815 integrantes (dos quais 524 atletas), a meta é superar o recorde de 157 medalhas conquistadas na última edição do evento, o Pan Rio-2007. Além disso, para certas modalidades, os Jogos são o último grande evento em que se pode alcançar a classificação para a Olimpíada de Londres de 2012.
Esportes tão diversos quanto triatlo, handebol, saltos ornamentais, nado sincronizado, polo aquático, tênis de mesa, canoagem, tiro esportivo e hipismo estarão em Guadalajara lutando por seus passaportes para Londres 2012. “Cerca de 100 vagas estarão em disputa em 12 modalidades”, diz o ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, festejado criador do saque Jornada nas Estrelas e chefe da delegação brasileira.
Aquelas modalidades já classificadas para os Jogos Olímpicos, como o vôlei, o basquete e o futebol masculinos, deverão participar da disputa sem alguns de seus melhores atletas. Nesses casos, o que contará mesmo é a batalha dos novatos por uma vaga no time. Por fim, para seis modalidades não olímpicas (esqui aquático, boliche, caratê, patinação, rúgbi e squash), que estarão em Guadalajara, mas não em Londres, a luta deverá se resumir à busca por um bom resultado, quem sabe até um lugar no pódio.
Os Jogos Pan-Americanos exercem um fascínio singular sobre os brasileiros. Por conta de seu caráter regional, eles costumam confrontar rivais históricos, como Brasil e Argentina ou Estados Unidos e Cuba. A estreia do Brasil no futebol será justamente contra a Argentina. Além disso, o Brasil tem boa tradição no Pan. Foi nele que o país realizou proezas esportivas, como os três ouros consecutivos conquistados por Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo nas três primeiras edições dos Jogos: Buenos Aires (1951), Cidade do México (1955) e Chicago (1959).
ESTRELA AQUÁTICA Depois do susto provocado pelo caso de doping, Cesar Cielo, um dos maiores nomes da natação brasileira e mundial, disputará o Pan-Americano já de olho nos Jogos de Londres, que serão realizados no ano que vem  (Foto: Francois Xavier Marit/AFP )
Outras medalhas de ouro consagradoras foram as conquistadas por João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, que, tanto em 1975, no México, como em 1979, em Porto Rico, subiu ao alto do pódio em duas modalidades: salto triplo e salto em distância. Nos esportes coletivos ainda são lembranças particularmente caras aos torcedores brasileiros as medalhas de ouro trazidas pela equipe masculina de basquete comandada por Oscar, em Indianápolis (1987), que derrotou na final os imbatíveis donos da casa. Ou pela equipe feminina desse mesmo esporte, liderada pelas craques Hortência e Magic Paula, medalhista de ouro no Pan de Havana (1991). Um então sorridente ditador Fidel Castro fez questão de entregar as medalhas ao time brasileiro. 
Sem a força dos europeus e asiáticos, o Pan é uma competição historicamente dominada pelos Estados Unidos, que detêm 1.747 medalhas de ouro, quase 1.000 a mais que Cuba, a segunda colocada. Os americanos só não venceram em duas oportunidades: 1951, em Buenos Aires, e em 1991, em Havana. O Brasil é o quinto colocado em medalhas de ouro, com 239, e o quarto no total de medalhas, com 925. No Rio de Janeiro, em 2007, impulsionado pela torcida e participando de todas as modalidades – fato inédito –, o Brasil alcançou um resultado surpreendente. Superou Canadá e Argentina nos ouros e Cuba no total de medalhas. “Guadalajara será uma ótima oportunidade para consolidarmos esse avanço”, diz Bernard.
PALCO PRINCIPAL A nova Arena Omnilife abrigará as cerimônias de abertura e encerramento do Pan  (Foto: Eduardo Verdugo/AP)

O Brasil sediou o Pan em duas oportunidades. A primeira foi em 1963, em São Paulo, quando pela primeira vez houve uma disputa pela sede do evento. A capital paulista concorreu com a canadense Winnipeg e a venceu por 18 votos a cinco. Comparado com os Pans atuais, o evento chegava a ser simplório. A Vila Pan-Americana – onde hoje funciona o Crusp, alojamentos dos alunos da Universidade de São Paulo (USP) – foi construída em apenas 150 dias. Vários outros marcos da cidade foram cenários da competição. A cerimônia de abertura, no estádio do Pacaembu, foi vista por cerca de 40 mil pessoas. Locais como o ginásio do Ibirapuera, o Jockey Club, a Hípica Santo Amaro e clubes como Palmeiras, Paulistano e Pinheiros cederam suas instalações para a disputa das provas.
Curiosamente, o Brasil sediou o menor e o maior Pan. Ao São Paulo-1963 estiveram presentes 1.665 atletas, a única vez na história dos Jogos em que o número de participantes ficou abaixo de 2 mil. Para compensar, o Rio-2007 recebeu o maior número – 5.633, distribuídos por 47 modalidades. O Maracanã abrigou a cerimônia de abertura, e vários complexos esportivos foram construídos para o torneio, como o Estádio João Havelange (conhecido como Engenhão e arrendado pelo Botafogo) e o Complexo Cidade dos Esportes, em Jacarepaguá, que reúne o moderno Parque Aquático Maria Lenk, o velódromo e a atual HSBC Arena. A edição carioca garantiu pontos vitais para a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016.
Para consolidar em Guadalajara o bom desempenho de quatro anos atrás, o Brasil desponta em algumas modalidades como favorito ou com boas chances de medalhas. O esporte em que o país está mais forte como equipe é o judô. No último Mundial, em Paris, em agosto, nossos judocas conquistaram seis medalhas (duas de prata e quatro de bronze), recorde brasileiro no evento. “Hoje o Brasil tem 2,5 milhões de praticantes de judô, e nossa equipe está muito consistente”, diz Ney Wilson, coordenador técnico internacional da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). “Vamos disputar 14 categorias e temos chance de medalha em todas.” 
O vôlei, seja de quadra ou praia, masculino ou feminino, também deverá chegar como favorito à disputa. Nas quadras, o país ganhou praticamente tudo na última década. A equipe masculina conquistou a maioria dos títulos mundiais, olímpicos, pan-americanos e da Liga Mundial. Nesta edição do Pan, contudo, o técnico Bernardinho e a seleção principal ficarão no Brasil, treinando para a Copa do Mundo do Japão, que será realizada em novembro. É nela que o país buscará sua classificação para Londres. “O Pan é importante para podermos avaliar a condição de alguns atletas para a Olimpíada de Londres e até mais além, pois temos uma nova s geração de jogadores que certamente estará nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016”, diz Bernardinho.
A equipe feminina também está tinindo. Foi, pela primeira vez, campeã olímpica em Pequim-2008 e conquistou diversos Grand Prix na última década. No vôlei de praia, o país também figura na primeira fila do grid, ao lado dos Estados Unidos. O esporte, que estreou como modalidade olímpica em Atlanta-1996, já rendeu ao Brasil nove medalhas em apenas quatro edições. Em Guadalajara o Brasil estará representado pelas fortes duplas Alison-Emanuel e Juliana-Larissa. Ambas foram campeãs mundiais em 2011. 
Na tentativa de superar
o desempenho de 2007, o Brasil é favorito em várias modalidades
  
O Brasil deverá ainda marcar uma boa presença no atletismo. Fabiana Murer, que conquistou neste ano a medalha de ouro do salto com vara no Campeonato Mundial de Atletismo, é uma das promessas mais reluzentes. “Embora esteja cansada, ela vai entrar no campo para ganhar”, afirma Elson Miranda, técnico de Fabiana. Outra grande promessa é Maurren Maggi, medalha de ouro na Olimpíada de Pequim no salto em distância. “Ela viaja para a disputa dos Jogos com grandes chances de se tornar a primeira tricampeã pan-americana em sua modalidade”, diz o técnico Nélio Moura.
A natação é outra fonte de esperanças. Contando com nomes como Cesar Cielo e Thiago Pereira, é o esporte brasileiro com o maior número de medalhas conquistadas nas quatro últimas edições dos Jogos Pan-Americanos. Neste ano, no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, realizado em Xangai, o Brasil conquistou o 3o lugar na natação e o 4o lugar no quadro geral de medalhas. “A multiplicação dos talentos vem ajudando a natação a conquistar uma popularidade inédita e um espaço destacado no coração dos torcedores”, diz Ricardo Moura, chefe da delegação brasileira do esporte.
As chances de medalhas do Brasil também estão pulverizadas por várias modalidades consideradas de elite e outras, de menor projeção, que sempre exibiram um bom desempenho em competições internacionais. O boxe conquistou medalha em todas as 15 edições dos Jogos. Logo atrás, com triunfos em 14 edições, estão a vela e o remo. O tiro esportivo e o polo aquático somam, cada um, medalhas em 12 participações. Ciclismo (em dez edições), hipismo (em nove) e ginástica (oito) são os esportes mais bem-sucedidos. Num segundo pelotão vêm o levantamento de peso e o tênis de mesa (ambos com medalhas em sete edições), esgrima e hóquei de patins (em seis) e tae kwon do e pentatlo moderno (cinco). Seria temerário afirmar que o Brasil vai ou que não vai suplantar o número de medalhas do Pan de 2007. Depende, afinal, do desempenho dos adversários. “Mas uma coisa é certa”, diz Bernard. “Nunca seguimos para os Jogos Pan-Americanos com tanto planejamento como estamos indo para Guadalajara.”
Papo rápido
Bernard Rajzman
Bernard Rajzman (Foto: Ricardo Gomes/Ag. O Globo)
O criador do saque Jornada nas Estrelas comandará o Brasil em Guadalajara
Qual é a importância do Pan como preparação para Londres?
Bernard Rajzman –
 A meta do COB em Guadalajara é classificar o maior número possível de atletas para os Jogos Olímpicos de Londres. Cerca de 100 vagas estarão em disputa em 12 modalidades. Tentaremos
obter grande parte delas.
Como o senhor vê a volta do basquete masculino ao topo das competições?
Bernard –
 O basquete masculino tem longa tradição de conquistas, e estamos muito felizes com a classificação da equipe para Londres-2012. Estamos certos de que isso dará um grande impulso à modalidade, inclusive com vistas aos Jogos Olímpicos Rio-2016.
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