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sábado, 14 de janeiro de 2012

UFC 142 Aldo vs Mendes: prévia do card principal


Menos de cinco meses após a epopeia do UFC Rio, o Brasil recebe uma nova edição da maior organização de MMA do mundo. Apesar do pouco tempo de promoção e de algumas contusões, o UFC 142, chamado aqui no Brasil também de UFC Rio 2, tem tudo para agitar a HSBC Arena, no Rio de Janeiro, que novamente será palco de uma disputa de cinturão. Desta vez ficará a cargo de José Aldo defender o patrimônio diante dos compatriotas. Ele terá pela frente o invicto desafianteChad Mendes.
Vitor Belfort também não terá vida fácil em casa. O ex-campeão vai encarar Anthony Johnson, que subiu de categoria, em luta que dificilmente acabará em decisão. Protagonista de uma luta confusa e histórica na edição anterior, Toquinho encara o americano Mike MassenzioErick Silva estreia em um card principal do UFC contra o compatriota Carlo Prater enquanto Edson Barboza abre contra o inglês Terry Etim.
card principal do UFC 142, assim como o card preliminar, será transmitido na íntegra pelo canal Combate a partir de 1:00h da madrugada de domingo. A Rede Globo deve exibir ao vivo apenas as três lutas principais, com previsão de início de transmissão às 2:00h.

José Aldo Junior (BRA) vs Chad Mendes (EUA)

A luta principal será a primeira vez de ambos como protagonistas de um card no UFC.
Aldo fez sua fama no MMA com um estilo agressivo ao extremo e uma variedade enorme na trocação para um faixa preta de jiu-jitsu. Depois de destruir todos os oponentes no extinto WEC, o amazonense chegou ao UFC já ostentando o cinturão dos penas. A responsabilidade o fez conter o ímpeto assassino. Em compensação, mostrou que pode lutar 25 minutos em ritmo forte ao vencer Mark Hominick e Kenny Florian por decisão.
O muay thai técnico, rápido e forte transformou o atleta da Nova União no cara a ser batido na divisão dos penas. Mais ainda, o catapultou ao rol dos melhores lutadores do mundo peso por peso. Não há um peso pena – e talvez um leve – que sinta-se confortável trocando com Aldo nopocket. Com cartel de 20-1, 12 vitórias do campeão vieram por nocaute.
Mendes não só fará a estreia numa luta principal de um evento grande. Esta será a primeira vez dele num card principal no UFC. E fará isto numa arena lotada, provavelmente enlouquecida por um campeão sedento por voltar aos velhos tempos de destruição e provar que merece o top 5 peso por peso do MMA atual. O americano vai enfrentar um cenário aterrorizante.
Como Mendes faz parte da Team Alpha Male e é amigo pessoal de Urijah Faber há anos, as pessoas tendem a imaginar que a luta de Aldo contra o California Kid foi uma prévia exata do que o brasileiro terá pela frente no sábado. Ledo engano. Chad é maior e mais forte, além de ter entradas nas pernas mais rápidas que as do companheiro de equipe. Andou melhorando na parte de trocação, mas esta característica ainda não é suficiente para encarar alguém do nível de José Aldo.
O primeiro round de Florian contra Aldo apontou o melhor caminho para o atual desafiante. Mendes não pode ter medo de apanhar e deve tomar a iniciativa, pressionando o campeão contra a grade visando minar a resistência de Aldo. Isto não deve ser problema, pois é a principal habilidade do desafiante. Mendes obteve êxito contra Michihiro Omigawa e Rani Yahya, mas no sábado o buraco vai ser bem mais fundo.
Durante a sessão de treinos abertos, o campeão deu uma pista do que Mendes pode esperar: “Principalmente lutando em casa, não subestimo ninguém, mas só saio de lá morto”. Num confronto de 25 minutos, os dois primeiros deverão indicar o rumo da luta. Se Aldo segurar o emocional, entrar focado e cumprir o que falou na praia da Barra, o combate não deve passar do terceiro round e o cinturão deve permanecer no Brasil.

Vitor Belfort (BRA) vs Anthony Johnson (EUA)

Duelo de pesos médios com o maior potencial explosivo da noite.
Apesar de não ser protagonista da luta principal nem estar disputando cinturão, Belfort é o principal movimentador do UFC 142. Ex-participante de reality show que teve um drama pessoal explorado pela TV aberta, de longe é o lutador mais conhecido do grande público – e mais ainda depois que comentou a estreia do UFC na Globo ao lado de Galvão Bueno.
A trajetória de Vitor no MMA também justifica o popularidade. Campeão aos 19 anos de um torneio do UFC ainda nos primórdios do esporte, campeão meio-pesado anos mais tarde, ele se notabilizou por seguir à risca o principal mandamento do boxe: bata certo, bata rápido, bata forte. Os punhos mais rápidos do MMA já fizeram a desgraça de muita gente e até hoje habita os piores pesadelos de Wanderlei Silva.
O adversário do brasileiro é um monstro que qualquer um deve se preocupar ao encará-lo. Johnson era o meio-médio que passava pelo corte de peso mais brutal no UFC, saindo dos 100kg que carrega habitualmente aos 77 no dia da pesagem, marca esta que nem sempre era alcançada. Com 1,88m, ele tem a mesma relação altura-peso que Anderson Silva, lutador que muitos dizem que deveria lutar como meio-pesado. O processo árduo de perda de peso drenava seu condicionamento físico, apesar de o manter forte demais para a divisão de baixo. Deste modo ele colecionou sete vitórias em dez combates pela organização.
Se Belfort se notabilizou pelos punhos rápidos e precisos, Johnson fez fama com a força com que atinge a concorrência. Isto tudo posto, a grande curiosidade que fica no ar é: se com o corte abrupto de peso Johnson era um monstro, imagine dando-se ao luxo de pesar 7 quilos a mais. Quem viu os dois lutadores lado a lado pessoalmente percebeu que Anthony é maior e mais forte que Vitor.
A sorte do brasileiro é que, se tamanho fosse documento, o elefante estaria com o cinturão deJunior Cigano. Técnica ainda tem um peso enorme numa disputa. Vitor é faixa preta de Carlson Gracie e vem investindo nos treinos de wrestling na Xtreme Couture. Anthony era um wrestlernos tempos universitários e mostrou contra Dan Hardy que pode vencer uma luta também nograppling.
O americano pode voltar às origens e tentar controlar a luta na curta (ou inexistente) distância, botando o brasileiro para baixo e trabalhando o ground and pound sem se expor a uma tentativa de submissão. Mas quer saber? Tomara que ele não faça isso. Os fãs de MMA cansam de ter que aturar Aaron Rosas, Leonard Garcias e outros toscos. Não é todo dia que o UFC junta dois trocadores deste calibre no octógono. Se Belfort e Johnson lutarem em pé, testemunharemos um clássico (que pode durar menos de um minuto).
A luta é bem mais difícil para o brasileiro do que a maioria da “imprensa do oba-oba” e torcedores estão esperando. Basta um erro como o cometido contra Anderson para o fim de Belfort ser o mesmo. Já Johnson terá que fazer ótimo uso da vantagem na envergadura e da provável melhora no condicionamento físico para não acabar como Wand, Matt Lindland, Rich Franklin ou Akiyama.

Rousimar Palhares (BRA) vs Mike Massenzio (EUA)

Toquinho é um camarada assustador. Muito forte, bom de quedas, ágil e versátil no chão, o faixa preta da Brazilian Top Team já levou seis pernas para casa nas nove vitórias obtidas por submissão. Não possui técnica muito apurada na trocação, mas é forte o suficiente para machucar seus adversários, facilitando o trabalho de conduzir a luta para o solo. Vendeu caro a derrota para Dan Henderson, ainda na segunda luta pelo UFC. Venceu mais 3 e se complicou contra Nate Marquardt, quando parou de lutar para reclamar com o árbitro e acabou nocauteado. Catou mais uma perna em seguida e venceu a luta mais esquisita do UFC Rio. Aos 31 anos, o mineiro tem 13 vitórias e 3 derrotas como profissional.
Antes meio-pesado, Massenzio também é um grappler com bom retrospecto. Foi campeão americano de luta olímpica no ensino médio e vice como universitário. Além disso é faixa preta de jiu-jitsu. Não tem na trocação uma arma, mas é um lutador forte fisicamente e dono de bom condicionamento cardiorrespiratório. Só venceu duas das 5 lutas pelo UFC e tem cartel profissional de 13-5. Vem de vitória numa luta monótona contra Steve Cantwell no UFC 136, quando usou o wrestling contra a grade para negar o poder de fogo do oponente.
A diferença de altura entre ambos é enorme (o americano mede 1,88m, enquanto o brasileiro passou pouco de 1,70m), mas Toquinho é tão forte fisicamente que é quase impossível defender uma queda caso o brasileiro consiga grudar. Além disso, a enorme massa muscular do tronco do brasileiro somada à baixa estatura geram um centro de gravidade que o torna difícil de ser derrubado. E, caso caia por baixo, é técnico o suficiente para raspar Massenzio sem maiores dificuldades, ou mesmo atacá-lo em uma tentativa de submissão. Apesar de nenhum dos dois ser exímio trocador, Massenzio deveria tentar manter o combate em pé, já que a faixa de Toquinho é mais preta que a dele.
A BTT investiu em auxílio psicológico para Palhares e o tratamento identificou ansiedade em suas lutas. Se Toquinho conseguir controlar este lado, tem tudo para coletar mais uma perna para sua coleção e caminhar rumo ao top 10 dos pesos médios.

Erick Silva (BRA) vs Carlo Prater (BRA)

De todas as contusões que mexeram no card original do UFC 142, uma beneficiou um brasileiro. Erick Silva estava escalado para enfrentar Siyar Bahadurzada, mas o selvagem afegão foi forçado a abrir mão da luta. Faixa preta de jiu-jitsu e judô, muay thai desenvolvido pelo supercampeão Anderson Silva, Erick é a principal esperança da Team Nogueira na categoria. Depois de se tornar o primeiro campeão meio-médio do Jungle Fight, vencendo vários dos principais atletas nacionais da categoria, o capixaba estreou pelo UFC na edição carioca passada. Precisou de apenas 40 segundos para nocautear Luis Beição, que substituíra Mike Swick. Erick só perdeu uma em 15 lutas disputadas (ele tem também um no contest).
Assim como Luis Beição no UFC 134, o substituto que enfrentará Erick neste sábado será brasileiro – apesar do sotaque americano. Aos 30 anos, com 40 lutas profissionais nas costas, finalmente Carlo Prater terá oportunidade de lutar no UFC. Faixa preta de jiu-jitsu e luta livre esportiva, marrom de judô, ele tem em seu currículo diversos adversários que hoje se encontram no UFC, como Melvin Guillard, Carlos Condit e Spencer Fisher (todos batidos por Prater), além de Reza Madadi e Keith Wisniewski, que venceram o brasileiro (Condit ganhou a revanche quando valia o cinturão do WEC). Não tem poder de nocaute, mas tem experiência o suficiente para tentar levar algum tipo de problema ao adversário. Prater tem 29 vitórias (16 por submissão), 10 derrotas e um empate.
Do mesmo jeito que aconteceu no UFC 134, Erick teve que alterar diametralmente o plano de jogo; ele terá agora que se preocupar com o perigoso jogo de quedas e chão de Prater. Mesmo sabendo que Erick também é um faixa preta que venceu mais da metade dos combates por submissão, é de se esperar que o capixaba aproveite suas maiores dimensões e poder de nocaute para manter o duelo em pé e vencer a luta, seja por interrupção no round final ou decisão.

Edson Barboza Junior (BRA) vs Terry Etim (ING)

Desafio do striker contra o grappler abre o card principal do UFC Rio.
Nunca é demais lembrar: Edson é talvez o trocador mais técnico da divisão mais recheada de talentos do UFC. Diferente do padrão, ele começou a lutar nos EUA e não tem origem no jiu-jitsu. O faixa preta de muay thai, dono de 25 vitórias (22 por nocaute) em 28 lutas na arte tailandesa, passou a treinar jiu-jitsu mais tarde. Mostrou evolução técnica nas três lutas que fez no UFC. Chegou a passar aperto contra Ross Pearson no UFC Rio (alguns acham que o inglês merecia a vitória), mas levou para casa o segundo bônus seguido de melhor luta da noite. Quando à vontade no octógono, o friburguense é capaz de combinações letais de socos, chutes, joelhadas e cotoveladas, levando terror a qualquer peso leve que resolva sair na mão com ele. Edson está invicto na carreira profissional de 9 lutas.
Edson venceu dois perigosos strikers em 2011 e agora abre o ano com um desafio diferente. O inglês é pupilo de Marcelo Brigadeiro na RFT Inglaterra. Faixa azul de luta livre esportiva, Etim é conhecido pelo estilo destemido em buscar a finalização a qualquer custo. Largou no UFC com uma vitória em 3 lutas, mas em seguida emendou 4 triunfos consecutivos. Perdeu o duelo jiu-jitsu x luta livre para Rafael dos Anjos, mas chegou a ter o faixa preta em posição vulnerável noround inicial. Terry vem de vitória espetacular sobre o limitado Eddie Faaloloto, que sucumbiu a uma guilhotina em menos de 20 segundos.
Na teoria, Edson não deveria passar nenhum tipo de aperto. Apesar de não ter medo de trocar, Etim é muito inferior tecnicamente em pé e possui pernas enormes, que serão ótimos alvos para os chutes do oponente, armas que destruíram Mike Lullo na estreia. Para piorar o lado do inglês, o brasileiro vem evoluindo na defesa de quedas. Mas isto tudo é teoria e Terry pode conseguir levar a luta para o solo e testar o desenvolvimento do jiu-jitsu de Barboza. O queixo resistente de Etim pode indicar um duelo de 15 minutos, mas o público também pode esperar um nocaute técnico do brasileiro.
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