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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Campeão mundial, Everton Lopes se inspira em Mayweather e Cigano para quebrar tabu


Campeão mundial, Everton Lopes se inspira em Mayweather e Cigano para quebrar tabu
Everton Lopes durante o Mundial de 2011, quando foi campeão
Everton Lopes é campeão mundial de boxe e levará para Londres o peso de 44 anos sem medalha do Brasil na modalidade em Jogos Olímpicos. Mas o baiano não parece incomodado, nem pressionado. A dois meses de competir em Londres, Everton intensificou os treinos, mais ainda encontra tempo para relaxar. "Estou no cinema, pode me ligar mais tarde?", pergunta, no primeiro contato da reportagem.

Duas horas depois, o campeão conta que estava assistindo ao filme Men in Black III. Na história, os Agentes J e K interpretados por Will Smith e Tommy Lee Jones ­ trabalham para livrar o planeta Terra da ameaça alienígena. Mas os heróis de Everton Lopes são outros. Eles não usam ternos pretos e os adversários são humanos, bem humanos.

Os heróis de Everton são Floyd Mayweather, Washington Silva e Junior Cigano dos Santos. Três lutadores que, em níveis diferentes, alcançaram os sonhos do campeão mundial. Mayweather tem a invencibilidade; Washington, duas olimpíadas; e Cigano, a capacidade de colocar em prática nas lutas tudo o que é feito nos treinos.

Os três são a inspiração para Everton recolocar o boxe do Brasil no pódio olímpico. Uma esperança que se renova a cada quatro anos, desde o bronze de Servilio de Oliveira em 1968, mas que nunca foi tão grande, nem tão legítima. Nas projeções do jornal norte-americano US Today, Everton é cotado para a medalha de ouro em Londres. Mas o baiano mantém os pés no chão.

"Quando cheguei no Mundial, em 2011, não era nada, fui comendo pelas beiradas e virei campeão", afirma Everton, com a calma de quem encontrou no boxe uma forma de mudar o jeito de ser e de ver o mundo. "Eu era muito brigão, brigava muito na rua. Depois que entrei no boxe mudou totalmente o meu jeito de pensar, de agir, até me expressar", diz.

As mudanças incluem uma lição que Everton aprendeu com o técnico Luís Dorea, em Salvador: treinar sempre de forma intensa, independentemente do adversário. "Todas as lutas que eu fiz no Mundial foram lutas duras. Para mim todos os adversários são fortes", afirma. O discurso é parecido com o de um dos maiores amigos de Everton, o campeão dos pesos pesados do UFC, Junior Cigano. Não por acaso.

"Ele é um irmão para mim. A gente treina junto, e o Cigano é um cara sempre me incentiva", conta Everton. Os incentivos não ficam apenas nas palavras e nos treinos. As lutas de Cigano ­ como a defesa do cinturão de sábado, contra Frank Mir ­ também inspiram o amigo. "Dá uma motivação ver um atleta fazendo na luta tudo o que você faz junto com ele, fazendo o que ele fala que você precisa fazer. Isso dá vontade de aprender algo mais."

Se Everton conseguiu aprender todas as lições, somente a Olimpíada dirá. As aulas e os professores, ele já tem.

Leia abaixo a entrevista completa com Everton Lopes:Você tem uma história curiosa e começou no boxe por causa de um atleta que acabou virando um amigo. Como isso aconteceu?Comecei mesmo por causa do Washington [Silva, que disputou as olimpíadas de 2004 e 2008]. Vi ele lutando no Pré-Olímpico em 2004, me emocionei vendo as lutas dele e comecei a treinar. Daí falei para a minha mãe que, no ano seguinte, estaria treinando com ele. Comecei a treinar e, na primeira vez que vim a São Paulo, a primeira pessoa que encontrei foi ele.

Você vem da Bahia, como vários outros lutadores. Existe algum segredo?Eu acho que o boxe baiano tem uma estrutura muito boa e por isso que vêm de lá os melhores lutadores. Eu, quando comecei no boxe, eu era muito brigão. Talvez tenha muita gente brigona por lá (risos).

E agora que é campeão mundial (categoria até 64kg) , você continua brigão?Nada, mudei completamente! Antigamente eu brigava na rua e tal, mas depois que entrei no boxe mudou totalmente o meu jeito de pensar, de agir, até me expressar. Quando comecei a treinar, minha mãe ficou com medo, porque achou que eu ficaria ainda mais brigão. Mas foi justamente o contrário.

Você disse que começou por causa do Washington Silva. Quem são seus outros ídolos no boxe?No boxe profissional, o [Floyd] Mayweather, gosto muito do estilo dele. Gosto também do [Miguel] Cotto. No boxe amador eu gosto do [Guillermo] Rigondeaux e do [Erislandy] Lara, os dois que fugiram na época do Pan do Rio.

E o Junior Cigano, campeão do UFC?Ele é um irmão para mim. A gente treina junto, e o Cigano é um cara sempre me incentiva. Fica até difícil falar dele: é muito humilde, é um cara nota mil. Não tem nem muitas palavras para falar dele.
Everton com o amigo Junior Cigano em voo para Salvador
Everton com o amigo Junior Cigano em voo para Salvador
O Cigano já falou algumas vezes que, no futuro, pode se tornar um lutador de boxe. Pelo que você vê nos treinos, ele tem futuro?Pô, é claro que tem futuro! Nessa última luta dele, contra o Frank Mir, ele foi muito bem no boxe. Até mandei uma mensagem para ele, dizendo que ele foi um legítimo boxeador olímpico. Ele mostrou uma excelente performance, sempre no controle da luta, tomando a iniciativa.

Quando você vê um amigo vencendo uma luta como esta do Cigano, isso te dá uma motivação a mais nos treinos?
Com certeza dá um ânimo a mais. Dá uma motivação ver um atleta fazendo na luta tudo o que você faz junto com ele, fazendo o que ele fala que você precisa fazer. Isso dá vontade de aprender algo mais. Eu sempre acho que nunca está bom, sempre pode melhorar, sempre quero aprender. Então uma luta como essa do Cigano serve para isso: eu aprendo sempre que vejo as lutas dos meus amigos. É sempre bom ver um amigo ser campeão... É um puxando o outro.

Por falar em campeonato mundial, você conquistou o Mundial de 2011. Pelo que viu por lá, quem será seu grande rival na Olimpíada?Todas as lutas que eu fiz no Mundial foram lutas duras. Para mim todos os adversários são fortes, até porque eu cheguei lá desconhecido. Quando cheguei lá não era nada, fui comendo pelas beiradas e virei campeão mundial. Hoje em dia não tem ninguém besta, todo mundo é bom.

Hoje em dia o boxe amador no Brasil está bem, com investimentos e bolsa-atleta. Já o boxe profissional continua em situação difícil. Pensando no futuro, o que você pretende fazer?Do jeito que o boxe amador está hoje em dia, eu não penso. É lógico que depende das propostas e no futuro as coisas podem mudar. Mas se você me perguntar, hoje, se eu pretendo ir para o profissional, eu te digo que não.
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