Explorando o crescente e atrativo mercado chinês, a Olimpíada foi realizada em Pequim em 2008. A China aproveitou a oportunidade para apresentar sua grandiosidade ao mundo. O evento, que contou com muito dinheiro investido e fascinantes construções, como o Parque Aquático Cubo d'Água e o Estádio Ninho de Pássaro, elevou dois atletas ao patamar de verdadeiras lendas do esporte: o nadador norte-americano Michael Phelps e o velocista jamaicano Usain Bolt.
Foi na capital do país mais populoso do planeta que Phelps se tornou o maior campeão olímpico da história. Com oito medalhas de ouro em Pequim, ele se tornou o maior vencedor de uma única edição da Olimpíada - superou o também nadador norte-americano Mark Spitz, que ganhou sete em Munique/1972. E passou a ter 14 títulos olímpicos na carreira, já que tinha vencido seis provas quatro anos antes, em Atenas - além disso, tem mais duas de bronze no currículo.
Bolt também deixou o mundo espantado com sua velocidade, mas nas pistas. Foram três recordes mundiais e três medalhas de ouro para o carismático jamaicano, que quebrava o protocolo de concentração antes de cada prova ao acenar e dançar constantemente para as câmeras de TV. Nos 100 metros, ele alcançou a marca de 9s69, enquanto fez 19s30 nos 200 metros. No revezamento 4x100 metros, teve a ajuda de Asafa Powell, Michael Frater e Nesta Carter para levar a Jamaica ao ouro, com a marca de 37s10.
Mas nem todos os principais atletas do mundo no momento brilharam em Pequim. Liu Xiang chegou aos Jogos Olímpicos carregando o peso de ser a mais estrela dos donos da casa, mas não conseguiu repetir o ouro de Atenas, em 2004. Sofrendo com uma lesão crônica no tendão de Aquiles, ele calou os milhares de chineses que lotavam o Estádio Ninho de Pássaro ao sequer conseguir largar nas eliminatórias dos 110 metros com barreira.
Mesmo sem Liu Xiang, a China aproveitou-se do apoio de sua torcida e do alto investimento na formação de atletas para conseguir desbancar os Estados Unidos na liderança do quadro geral de medalhas. Foram 100 medalhas no total para os chineses, contra 110 dos norte-americanos, mas os donos da casa levaram vantagem pelo número de ouro: 51, contra 36 do rival.
A delegação brasileira conseguiu 15 medalhas em Pequim, sendo apenas três de ouro, e piorou sua colocação no quadro, caindo da 16ª posição conseguida em Atenas para a 22ª de Pequim. Mesmo assim, a campanha brasileira contou com alguns destaques. O primeiro deles em relação ao número de atletas que participaram desta edição, recorde do País: 277 (144 homens e 133 mulheres).
O Brasil também contou com participação recorde em finais olímpicas, com 38. Talvez as principais delas tenham sido protagonizadas por Cesar Cielo. O nadador foi o maior destaque brasileiro em Pequim, conquistando a medalha de ouro na prova mais veloz da modalidade, os 50 metros livre. Ele quebrou três vezes o recorde olímpico no caminho até o ouro, inclusive com o tempo de 21s30 na decisão, apenas dois centésimos atrás do então recorde mundial do australiano Eamon Sullivan. E ainda chegou à final dos 100 metros livre, na qual ficou com o bronze.
Quem também chegou ao lugar mais alto do pódio foi Maurren Maggi, que conquistou o primeiro ouro olímpico individual de uma brasileira em Olimpíada. Depois de ficar fora dos Jogos de Atenas, por conta de uma suspensão pelo uso de doping - depois provou-se sua inocência -, ela se superou e voou sobre o banco de areia para vencer a prova do salto em distância. A saltadora conseguiu a marca de 7,04 metros, apenas um centímetro a mais que a russa Tatyana Lebedeva, segunda colocada.
Outra representante do Brasil que precisou dar a volta por cima para vencer em Pequim foi a seleção feminina de vôlei. Quatro anos antes, em Atenas, a equipe do técnico José Roberto Guimarães foi eliminada em uma traumática semifinal diante da Rússia, depois de ter a vitória nas mãos no quarto e quinto sets. Em 2008, mais amadurecido, o time superou a fama de "amarelão" e foi passando por todos os adversários até vencer os Estados Unidos na final, por 3 sets a 1, e comemorar o ouro inédito.
Por outro lado, o vôlei masculino chegou a Pequim como o principal favorito, mas caiu na decisão diante dos norte-americanos e ficou com a prata. Mesmo resultado do futebol feminino, que também perdeu na final para os Estados Unidos. Já o futebol masculino, comandado pelo técnico Dunga e com Ronaldinho Gaúcho entre as principais estrelas, venceu a Bélgica na disputa do terceiro lugar, após cair nas semifinais diante da Argentina, e ficou com o bronze.
As outras medalhas do Brasil em Pequim foram de Robert Scheidt/Bruno Prada (classe Star da vela, com prata), Márcio/Fábio Luiz (vôlei de praia, com prata), Ketleyn Quadros (judô, com bronze), Leandro Guilheiro (judô, com bronze), Tiago Camilo (judô, com bronze), Natália Falavigna (tae kwon do, com bronze), Fernanda Oliveira/Isabel Swan (classe 470 da vela, com bronze) e Emanuel/Ricardo (vôlei de praia, com bronze).
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