Por Marcelo Barone
Foto Strikeforce
Treinador de feras como Jake Shields, Nick e Nate Diaz, Gilbert Melendez, entre outros, o brasileiro César Gracie, acredita que Nick, campeão do Strikeforce, é o principal nome para tomar o cinturão do canadense Georges Saint-Pierre, que reina há anos na categoria meio-médio do UFC.
Radicado nos Estados Unidos, o faixa-preta da família mais tradicional da arte suave afirmou, em entrevista exclusiva à TATAME – com sotaque carregado, que Nick Diaz é forte candidato a cumprir a missão que seu companheiro de equipe Jake Shields não conseguiu, em abril deste ano, quando tentou destronar Saint-Pierre.
“O GSP é um super atleta, tão bom, tão forte nesse ponto, que consegue levar a luta para onde ele quer, que é ficar em pé. Tenho certeza absoluta que o Shields é melhor no chão, onde o GSP não queria lutar. O Shields mandou bem em pé, mas perdeu por pontos. O Diaz é tão bom no chão quanto em pé, então não tem para onde fugir. Acho que o Nick consegue ganhar do BJ Penn para lutar contra o GSP. Acredito que o Diaz seja o cara para ganhar dele”, apontou.
A esperada luta chegou a ser marcada, no entanto, Diaz faltou à coletiva de imprensa e foi substituído da principal luta do UFC 137, dia 29 de outubro, válida pelo cinturão, por Carlos Condit. Entretanto, Saint-Pierre teve que abrir mão do combate por problemas no joelho. A peleja, então, foi cancelada e Diaz, que fora escalado para encarar BJ Penn, no co main event, foi novamente alçado ao duelo principal.
“Fiquei muito desapontado, foi um vacilo dele (Nick). Achei que o Dana White poderia ter levado de outra forma, punido ele de outra maneira, como tirar parte da bolsa... Acho que foi muito drástico. Mas sei que o Diaz teve uma grande culpa e a vida é assim”, contou César, revelando a conversa que teve com seu pupilo.
“O Nick pediu desculpa. Ele não queria sentar com o adversário e ficar lá na coletiva. Ele não gosta dessas coisas. Ele falou: 'Se eu soubesse que me tirariam da luta, eu teria ido, mesmo sem querer". Ele é uma pessoa diferente no sentido de que não procura aparecer para as câmeras, não precisa disso. A gente chama isso de Hollywood. Se ele ganhar milhões de dólares, vai se vestir da mesma forma que na época que não tinha quase nada. É um cara que só quer lutar, sair na porrada. É um guerreiro verdadeiro. Estou tentando explicar para ele que é tudo business”.
Se a ausência da conferência de imprensa incomodou César, o mesmo não aconteceu quando de Nick se atrasou 45 minutos para a coletiva para a luta contra BJ.
“O atraso não foi culpa dele. Normalmente o UFC liga para dizer o que vai ter, aonde vai ser e tal. Ninguém avisou para a gente. Na noite anterior me ligaram perguntando se eu estava sabendo da coletiva e disse que não. Tentei ligar para o Nick, mas não conseguimos falar. Graças a Deus mandei o Nate ir para a casa dele e o Nick ligou no mesmo momento”.
O Gracie aproveitou ainda para desfazer a polêmica com BJ Penn, que nesta semana afirmou que o brazuca deveria “meter a mão no bolso”, caso quisesse que aumentar de três para cinco rounds a batalha contra Diaz.
“Isso foi engraçado (risos). Minha relação com ele é boa. Eu ri porque estou tentando zoá-lo um pouco, chateá-lo, para ele concordar em fazer a luta em cinco rounds porque sei que o gás dele não é muito bom. Mas ele não caiu nessa (risos)”, divertiu-se César.
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